terça-feira, 18 de maio de 2010




Ao meu dileto amigo, com quem tenho dividido momentos de pura edificação...





Doeu-me o peito mais uma vez ao escutá-lo pelas linhas escritas daquele e-mail. O sentimento de indignação de outrora, quando a experiência compartilhada por ti acontecera a mim, tomou contornos de gravidade maior, de insegurança generalizada.



Talvez seja por isso que sintamos incômodo mais grave quando 'os nossos queridos parentes e amigos' são atacados em relação ao que nos ocorre a nós mesmos. Foi o que senti em relação ao teu desabafo...



O texto que segue abaixo foi escrito por um dos grandes literatas brasileiros, o paranaense Paulo Leminski [créditos para Myllhyans]. Ei-lo direto pro teu coração, CORAJOSO, terno e grande, quão grandes são os sonhos projetados por Quem te conhece desde o ventre de tua mãe.



Estou aqui, firme no meu compromisso de orar por ti...


Um grande e saudoso abraço, guerreiro!


"No fundo, no fundo, bem lá no fundo,
a gente gostaria de ver nossos
problemas resolvidos por decreto
A partir desta data, aquela mágoa
sem remédio é considerada nula -
e sobre ela - silêncio perpétuo!

Extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada, e nada mais!"

Um comentário:

Unknown disse...

A vida, assim como o que escrevemos, é feita de detalhes. Nesse texto, que você dedicou a alguém querido, o mais marcante é a imagem escolhida para ilustrar o cabeçalho. Um abraço. Porém, não é um abraço qualquer. Perceba que são dois amigos: um branco e outro preto. Luz e sobras. E no abraço, o branco se torna um pouco cinza, como se capturasse para si, algo da dor (da escuridão) do amigo. Entretanto, olhos mais atentos perceberão o que de mais bonito há na imagem: o branco (embora absorvendo pra si, algo da falta de luz do outro), envolve o amigo mergulhado em trevas, com um discreto traçado branco. E é exatamente esse fio de luz branca, o que prevalece unindo as duas imagens.

De algum modo, o amigo tenta resgatar o outro da sua escuridão misturando-se a ele (mas só em parte). Porque o que ele quer mesmo é envolver a escuridão em um manto de luz. Linda a imagem! Se eu pudesse falar pelo seu amigo (aquele para quem você escreveu o texto), acho que ele lhe diria: obrigado pela sua luz!

Talvez esse seu amigo tenha mais sorte do que imagina; talvez, quando a escuridão se dissipar, ele perceba isso.